A educação treina, mas não cria inteligência.

André Cerqueira Fontoura
           
        Milhares de estudantes estão sendo presos nos EUA, a maior democracia do mundo. Não poucos estudantes de esquerda, professores e funcionários concordam com a exibição de cartazes que incitam à violência, tipo "tornar global a intifada". Inúmeros outros estudantes e professores apontam a tolerância cada vez maior da administração das universidades com o anti-semitismo que aceita o Holocausto e nega Israel. 
      As universidades americanas mais bem ranqueadas são organizações privadas, não estatais, a exemplo de Yale, MIT, Stanford e Harvard, que florescem com robusto financiamento de empresas privadas. 
     A grande Universidade da Califórnia, que possui uma dezena de campi, todavia é pública, os alunos pagam em regimes conhecidos como in-state e out-of-state. O problema disso é que parcelas dos manifestantes em favor da Palestina ou de Israel são alunos que custeiam seus estudos e o próprio funcionamento das universidades, com risco de a educação transformar-se em bem político de classe. 
       Intolerável neste momento das universidades americanas o fato de que estudantes estão sendo tratados como bandidos, apanhando algemados, enquanto conduzidos à cadeia pública. A negligência administrativa dessas universidades salta aos olhos da comunidade acadêmica do mundo. 
       Se estudantes promovem protestos políticos em uma universidade isso não é questão de polícia. Educação é transmissão de civilização, não o que se observa, nestes dias, nos Estados Unidos da América.