Brasil tem pior déficit primário para março, a R$25 bi, segundo a Reuters, mas continua no caminho para cumprir meta

     BRASÍLIA (Reuters) - O setor público consolidado brasileiro registrou déficit primário de 25,135 bilhões de reais em março, recorde para o período mas dentro do esperado, o que mantém o país no caminho para cumprir a meta fiscal deste ano.
     Em pesquisa Reuters com analistas, a expectativa era de déficit primário de 24,8 bilhões de reais. Este foi o pior dado para março na série histórica do Banco Central iniciada em dezembro de 2001.
     A performance foi puxada pelo resultado do governo central (governo federal, BC e Previdência), negativo em 25,531 bilhões de reais, divulgou o BC nesta segunda-feira. Na semana passada, o Tesouro Nacional já tinha informado que o rombo recorde para o governo central no período foi influenciado pela estratégia do governo de adiantar o pagamento de precatórios.
     “Se você olhar num período mais longo, (o resultado primário do setor público) permanece numa trajetória de déficit. A meta que há este ano é meta de déficit que deve ser alcançada”, disse o chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, em coletiva de imprensa.
     Os governos regionais (Estados e municípios) tiveram superávit primário —economia feita para pagamento da dívida pública— de 552 milhões de reais em março, enquanto as empresas estatais tiveram déficit de 156 milhões de reais. No acumulado do primeiro trimestre, o setor público consolidado registrou superávit primário de 4,391 bilhões de reais, melhor que o saldo positivo de 2,197 bilhões de reais em igual etapa de 2017. Em 12 meses, o déficit primário foi a 108,389 bilhões de reais, equivalente a 1,64 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2018, a meta é de rombo de 161,3 bilhões de reais, que deverá marcar o quinto resultado seguido no vermelho do país.
     Como consequência desse descompasso entre receitas e despesas, a dívida pública tem seguido trajetória de alta. Em março, a dívida pública bruta ficou em 75,3 por cento do PIB, maior nível da série e acima do patamar de 75,1 por cento em fevereiro, mas abaixo da projeção de analistas ouvidos pela Reuters de 75,5 por cento.
     Já a dívida líquida cresceu a 52,3 por cento do PIB, sobre 52,0 por cento em fevereiro, ligeiramente abaixo da expectativa de 52,4 por cento.

Edição de Patrícia Duarte

Pinelopi Goldberg, a nova economista-chefe do Banco Mundial.


    Especialista em efeitos da liberalização do comércio nos países em desenvolvimento, a professora de Yale, de nacionalidade greco-norte-americana, Pinelopi Koujianou Goldberg é a nova economista-chefe do Banco Mundial. Ex-editora-chefe da American Economic Review produziu trabalhos relevantes sobre os efeitos da globalização na distribuição de renda e na desigualdade em economias emergentes. 
    Segundo Yong Kim, presidente do Banco Mundial, em declarações para o FT, “Goldberg passou sua carreira examinando muitas das mais importantes – e difíceis – questões do nosso tempo: como ajudar os países em desenvolvimento a se prepararem para a economia do futuro e como garantir a igualdade de oportunidades em todo o mundo.
    Goldberg estudou na Grécia e na Alemanha antes de concluir doutorado na Universidade de Stanford. Boa parte de sua carreira esteve em Princeton e Yale.
Alguns trabalhos relevantes de Pinelopi:
· Goldberg, Pinelopi; Michael M. Knetter (1997). "Preços de bens e taxas de câmbio: o que aprendemos?". Jornal de literatura econômica . 35 (3): 1243-1272.
· Goldberg, Pinelopi Koujianou; Nina Pavcnik (2007). "Efeitos distributivos da globalização nos países em desenvolvimento". Jornal de literatura econômica . 45 (1): 39-82.
· Maggi, Giovanni; Pinelopi Koujianou Goldberg (1999). "Proteção à Venda: Uma Investigação Empírica". Revisão Econômica Americana . 89 (5): 1135-1155.
· Goldberg, Pinelopi Koujianou (1995). "Diferenciação de produtos e oligopólio nos mercados internacionais: o caso da indústria automobilística dos EUA". Econometrica: Jornal da Sociedade Econométrica : 891-951. Goldberg, Pinelopi Koujianou; Amit Kumar Khandelwal, Nina Pavknik e Petia Topalova (2010). "Insumos intermediários importados e crescimento do produto interno: evidências da Índia". O Quarterly Journal of Economics . 125 (4): 1727-1767.
· Attanasio, Orazio; Pinelopi K. Goldberg e Nina Pavcnik (2004). "Reformas comerciais e desigualdade salarial na Colômbia". Jornal de Economia do Desenvolvimento . 74 (2): 331-366.