Arion Louzada
O crescimento da demanda na China
faz a alegria dos produtores brasileiros de feijão, milho e soja, comércio que
tem melhorado substancialmente como decorrência da crise entre Washington e
Pequim.
A satisfação não pode ser plena,
todavia, por causa da lei de Temer que impõe preço mínimo para os fretes, o
subsídio entregue aos caminhoneiros que, faz pouco, paralisaram a economia
nacional com uma greve sem precedentes.
A gentileza aos caminhoneiros aumenta
espetacularmente os custos de transporte de mercadorias por via terrestre, ao
tempo em que aponta para a volta da velha conhecida prática de controle de
preços por parte do Estado.
O preço mínimo fixado para o
frete e o subsídio do diesel causam um impacto à economia que os burocratas do
Governo não são sequer capazes de quantificar, mas que o mercado estima entre
15 até 30% na média dos custos para quem produz fertilizantes, soja, feijão e
milho distante dos portos.
A fraqueza política governamental,
no caso da concessão do preço mínimo dos fretes e do subsídio ao diesel,
significa prejuízo econômico ao país de mais de R$ 70 bilhões.